Em época de Copa do Mundo e de Olimpíadas, o país pára nestes eventos, é um tempo de festa e até manifestações ufanistas, pois sempre queremos o primeiro lugar, especialmente no futebol. Entretanto, há que se considerar que estes eventos serão no nosso país e esses oito anos irão passar muito rápido, mesmo que muita coisa ainda deva ser feita. Não é somente a construção ou reformas de estádios, mas toda a infra-estrutura que possibilita estes eventos grandiosos.
Assim sendo, para que a Copa do Mundo e as Olimpíadas atendam as nossas e as expectativas do resto do mundo, há que ser feitos os investimentos públicos, que serão ser orçados em bilhões de reais. O legado que estes eventos de proporções mundiais deixa são, sem dúvida, muito positivos, mas para chegar lá, muito dinheiro público terá que ser investido. O problema não é o investimento financeiro em si, mas a forma de como eles serão empregados. Assim sendo, os investimentos devem ser fiscalizados por todos nós, que cada centavo seja realmente colocado nos eventos citados e não no bolso de certos cidadãos. Só pra citar um exemplo, no Pan Americano do Rio, ocorrido em 2007, foram gastos dez vezes mais o valor inicialmente previsto. Dez vezes mais! Isso é inconcebível, apesar da inegável melhora econômica do nosso país nos últimos anos. Não podemos deixar que esse fato aconteça novamente, pois quem irá custear isso é o povo e, apesar de pagá-los, a maioria da população não irá aos estádios, até porque o preço dos ingressos não será popular, com certeza.
A fiscalização tem que ser feita por toda a sociedade, que não pode se contentar tão somente em pagar impostos e não desfrutar do evento a ser realizado, devendo cobrar dos órgãos responsáveis uma conduta transparente e que o dinheiro público seja investido de forma correta. Independente do bom momento que o país vive, a responsabilidade em sediar a Copa do Mundo e posteriormente, as Olimpíadas, é muito grande, e colocará o nosso país ainda mais em evidência, atraindo mais investimentos estrangeiros, mas para que isso ocorra, devemos proporcionar as condições ideais para que sejam realizados os eventos acima mencionados. Nesta época, o ufanismo se manifesta, fica à flor da pele, mas esse sentimento não pode somente se manifestar nesse momento. Esse amor à pátria tem que ser sentido agora, devendo ser cobrado dos representantes eleitos pelo povo nas últimas eleições, para que cumpram as suas promessas de campanha. Cabe ressaltar que o voto sempre foi e sempre será a grande arma do cidadão, e que os políticos eleitos honrem os seus mandatos, respeitando o dinheiro público, para que este seja investido da melhor maneira possível, não somente em estádios, mas também em hospitais, escolas, habitação, segurança e tantos outros itens estruturais pelo qual o povo brasileiro tanto espera ser atendido. Assim sendo, apesar de tantas mazelas pelas quais a população brasileira passa, esses brasileiros colocarão um sorriso no rosto e entoarão e sentirão o refrão do tricampeonato: “A taça do mundo é nossa, com brasileiro não há quem possa”. Coisas do Brasil!
Texto: Fabricio Fogaça Teixeira
Advogado
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