Tenho acompanhado de longe a política local e, apesar de ser partidário, ando meio afastado das movimentações. Mas, apesar disso, sei pela imprensa e redes sociais das articulações e percebo que a política – aquela que todos queremos – está muito distante de nós. Sou daqueles ditos “românticos da política”, aquele tipo que quer construir uma ideia de governança a partir da base, trocar ideias, ouvir eleitor, conquistá-lo pelo convencimento e fazer com que ele se engaje no projeto, pois, uma vez engajado, será mais um a levantar a bandeira e defendê-la. Mas como disse anteriormente vai-se longe esse tempo. Hoje a luta é pelo poder, única e exclusivamente por ele, não é governar e sim ter poder. Sei que tendo o poder se governa e por sua vez sem governar não se tem poder, isso está claro. O que proponho para a reflexão é a que preço vale tudo? Vejo coligações esdrúxulas, coisas bizarras, em que sabemos que no final será tal acomodação, e de nada se tem como ideologia ou conteúdo programático, é só poder e manutenção dele, negociando cargos e espaços para os parceiros. Sei que é assim, é do jogo, mas vai uma indagação: não seria melhor ter um programa de governo construído com o coletivo e não em um gabinete; ter o lançamento de um projeto defendê-lo e através do conhecimento apresentado, do engajamento das pessoas e a consolidação deste fazer naturalmente ele representar o conjunto, a sociedade? Penso que, nesse meu delírio, cada partido deveria ter um candidato, as candidaturas seriam de cada partido, propostas diversas para o povo escolher a que mais lhe agradar. Na forma em que estão os partidos apenas se coligam pelo seu tempo de mídia, pelo voto e, por fim, pela “boquinha”. Não constroem a proposta, apenas emprestam os votos de seu eleitor para que com outros ascendam ao poder, será que só emprestam?
Acho isso tudo lamentável.
Acho isso tudo lamentável.
Magno Garcia
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