Chuleada no tempo

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Crise no Esporte: as estranhas relações da família Petta

Em meio à polêmica pela qual passa o Ministério do Esporte, mais ONGs ligadas ao Partido Comunista do Brasil (PC do B) possuem seus contratos revelados. Esse é o caso, conforme apurou o Contas Abertas, do Instituto Via BR. Em reunião realizada no dia 16 de fevereiro de 2009, membros da Associação Maria Amor e Esperança – AMAE saíram da entidade que passou a chamar-se Instituto Via Br. Ao mesmo tempo, entraram na instituição, entre outros, Adecir Mendes Fonseca e Delman Barreto da Silva, o último, atualmente, um dos conselheiros fiscais da Ong.  Ambos são filiados ao PC do B de São Paulo.
A Via BR tem ao menos dois convênios com o governo federal. O de número 748748 com o Ministério da Justiça e o 732121 com o Ministério do Esporte, todos de 2010. Em ambos os contratos, a ONG contratou, via tomada de preços, a Contra Regras Arquitetura e Desenvolvimento de Projetos. Somando as duas parcerias, o montante recebido pela empresa chega a R$ 105 mil.
Ainda no ano passado, a Contra Regras prestou serviço para a campanha de Gustavo Petta (PC do B/SP), que tentava se eleger deputado federal. Como o trabalho não foi remunerado, ele constou como doação no valor de R$ 6 mil. Petta é cunhado do ministro do Esporte, Orlando Silva (PC do B-BA) e os dois compartilham, além do mesmo partido, passado semelhante.
Tanto Gustavo Petta, quanto Orlando Silva, foram presidentes da União Nacional dos Estudantes (UNE). A entidade estudantil também já contou com os serviços da Contra Regras na sétima Bienal da UNE, quando a empresa prestou serviço de produção e assessoria de imprensa. Petta acabou não sendo eleito e atualmente é, além de suplente de deputado federal, secretário de Esporte e Lazer de Campinas, em São Paulo.
Mas a contribuição da Contra Regras acabou excedendo o limite legal que ela poderia doar a uma campanha política. Segundo o diário oficial do TRE de São Paulo, por apresentar um faturamento bruto de R$ 150 mil em 2009, ela poderia doar no máximo R$ 3 mil. Segundo o documento, a empresa  foi condenada a pagar R$ 15 mil e ficou impedida de celebrar contratos com o poder público pelo período de cinco anos. Petta esclareceu que a empresa foi responsável pela criação, manutenção e hospedagem do site da campanha, além de um jingle. Além disso, o secretário afirmou desconhecer a ação, assim como os termos dos convênios da Via BR com o governo federal.
Na ação, Camila Alves Saad é quem defende a Contra Regras. A advogada é integrante do Instituto Via BR, desde que a Ong mudou de nome e de diretoria.
O Contas Abertas entrou em contato com a Contra Regras e o Instituto Via BR, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição.
Outra empresa contratada no convênio com o Ministério da Justiça foi a Hermana Filmes e Produção Cultural. Ela é da propriedade das irmãs Ana Cristina Petta, mulher de Orlando Silva, e Helena Petta. A revista Veja, em nota da edição de 4 de outubro, afirmou que ao ser questionada sobre o convênio com a pasta do marido, resolveu devolver o dinheiro.
Polêmica antiga
A relação entre o ministro Orlando Silva e o secretário do esporte e lazer de Campinas, Gustavo Petta, já foi razão de suspeitas. A cidade foi a escolhida para ser sede de um Centro Esportivo de Alto Rendimento. A decisão rendeu mais de R$ 15 milhões para a cidade. Os envolvidos negaram que a relação entre os dois fosse a razão da escolha. Justificaram que a decisão foi tomada em 2005 e Petta se tornou secretário da cidade apenas em 2009.


Fonte: Contas Abertas
por: Lucas Marchesini

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